A Eletrobras afirmou que estuda preliminarmente a forma de participar dos próximos leilões de transmissão de energia e que vê nesse segmento de atuação um nicho importante para sua expansão no país. A empresa não deu detalhes sobre quais pontos estão em análise dentro da organização, mas seu CEO, Wilson Ferreira Jr, destacou que há projetos excelentes que estarão em disputa e que a companhia analisa os lotes, bem como a composição que deverá ser formada para a disputa. Essa pode ser em parceria ou de forma individual, sempre com o controle majoritário de eventual associação.

“A única coisa que não teremos é ser minoritários em um projeto (…) hoje temos capacidade financeira que é diferenciada e estamos trabalhando com o conselho de administração sobre os passos, e sem dúvida entre as alternativas de crescimento vemos na transmissão uma delas, por isso seremos seriamente competitivos nesse leilão”, afirmou o executivo durante teleconferência de resultados do ano de 2022 da empresa.

Um dos motivos pelo qual a Eletrobras também deve apostar no segmento é o fato de que a empresa precisa encontrar formas de manter a receita em transmissão no futuro, uma vez que os recebíveis da RBSE têm um final. Então, acrescentou Ferreira Jr., um dos caminhos para se manter relevante no longo prazo está na busca por contratos de longo prazo para que as receitas da empresa sejam asseguradas.

Ele afirmou que o leilão de transmissão é prioridade da companhia justamente por conta desse cenário futuro, já que novos ativos “possam ser âncora para rentabilidade de longo prazo”. Por esse motivo, afirmou que não pode falar quais são os projetos que mais interessam. Comentou que o time está, neste momento, focado em avaliações para garantir a mais competitividade da companhia.

E estimativa do governo para o ano é de que os leilões deste ano possam alcançar investimentos de até R$ 50 bilhões em novos projetos de expansão para, principalmente, atender o escoamento da geração de fontes solar e eólica do Norte e Nordeste para o centro de carga, no Sudeste. Nesse sentido, além de reforços das redes no interior das regiões há ainda uma previsão de um novo bipolo que poderá inclusive, ser em corrente contínua, com menor número de perdas. Para que essa previsão possa se confirmar o calendário de leilões prevê três certames dessa natureza ao longo de 2023, normalmente são apenas dois leilões, um em junho e outro em dezembro.